segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Novas buscas pelo AF 447



A quarta operação de busca dos destroços do avião da Air France que caiu durante o voo Rio-Paris começará no oceano Atlântico em março e se configura como a última chance para as famílias das vítimas.
Alguns destroços foram encontrados após o acidente, como a cauda do avião, assim como 50 corpos. Mas as três primeiras fases de buscas, que contaram com robôs submarinos, não conseguiram localizar outras partes da aeronave.
O secretário de Estado dos Transportes da França, Thierry Mariani, disse em entrevista coletiva que o navio de exploração Alucia zarpou de Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos, rumo ao Recife, com dois submarinos pequenos a bordo.
Ele chegará à área de buscas, no litoral do Brasil, entre 18 e 20 de março. A quarta fase das buscas será concluída 'no mais tardar' até 10 de julho, se os novos destroços não forem localizados antes.
Um Airbus A330 da Air France caiu nessa zona do Atlântico na noite de 31 de maio para 1o de junho de 2009, deixando 228 mortos de 32 nacionalidades, entre eles 72 franceses e 59 brasileiros.
O objetivo prioritário das buscas é encontrar as caixas-pretas do voo AF447 para tentar determinar com certeza as causas do acidente. Mas o simples fato de encontrar os destroços já teria grande valor para a investigação.
'Localizemos os destroços. Mesmo que não encontremos as caixas-pretas, os destroços falarão', declarou à Reuters Robert Soulas, vice-presidente da associação Ajuda Mútua e Solidariedade do AF447, que agrupa a maioria das famílias francesas.
Mariani destacou que a quarta fase de buscas custará 9,2 milhões de euros e será 'integralmente financiada pela Air France e a Airbus.'
'O MÉTODO MUDOU'
As famílias das vítimas elogiaram a disposição de transparência dos poderes públicos, contrária ao que se viu antes, e a nova estratégia de realizar as buscas numa zona enorme de 10 mil quilômetros quadrados, afirmaram.
'O método a ser empregado mudou. Eles vão proceder de maneira sistemática na zona determinada, e não mais em zonas-alvo. Isso permite termos mais esperança', disse Robert Soulas.
Desta vez, as autoridades vão usar um navio americano especializado, o Alucia, cujos dois submarinos 'de bolso' vão se dedicar a tentar localizar as caixas-pretas a vários quilômetros de profundidade.
'Nas três vezes anteriores, procurou-se localizar e resgatar ao mesmo tempo. Desta vez, serão empregados meios que permitem sobretudo localizar, com procedimentos técnicos diferentes', explicou Mariani.
Se mais destroços forem localizados, será iniciada uma quinta fase de observação detalhada e resgate, usando um de três navios previamente escolhidos.
Com base nas investigações e nos dados técnicos obtidos até agora, o Burô de Investigações e Análises (BEA) teoriza que uma falha nas sondas que medem a velocidade do avião é um dos elementos que explicam o acidente, mas que essa pode não ter sido a única causa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário